quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O vigário é inocente

Em uma pequena cidade do interior de Minas um caso atípico caiu na boca do povo.
O novo pároco da cidade veio pra substituir o antigo, já velho e cansado das missivas.
Eis que em pouco tempo conquistou todas as senhoras, novas e não tão novas da paróquia principal do pequeno município.
Onde tem mel, tem abelha e após uma escorregadinha e um aperto de mão eis que uma dessas senhoras, (donzela será?) apareceu embuchada do catequita-mor.
Conversa vai e conversa vem e as senhoras paroquianas defendiam com unhas e dentes o pobre Pastor.
Vítima da donzela, caiu na conquista de moça tão bonita e vulgar. Ia na missa mas não escondia a coxa. Ia confessar e mostrava o inocente decote. Ai meu Deus, coitado do nosso Padre, tão jovem e tão puro.
Chamaram o Bispo e esse não titubeou, vai embora padreco, suspenso está, pelo menos por um tempo de ministrar nesse lugar.
A cidade alvoreceu e o padre partiu, pequena parte porém, as beatas de outrem, gritavam e berravam: Fica querido padre, aqui é o seu lugar!


--
O causo acima ocorreu na minha cidade e somente assim consegui perceber como após tudo isso que se passou no Brasil ainda tem gente que defende o indefensável.
Em uma pequena cidade do interior de Minas um caso atípico caiu na boca do povo.
O novo pároco da cidade veio pra substituir o antigo, já velho e cansado das missivas.
Eis que em pouco tempo conquistou todas as senhoras, novas e não tão novas da paróquia principal do pequeno município.
Onde tem mel, tem abelha e após uma escorregadinha e um aperto de mão eis que uma dessas senhoras, (donzela será?) apareceu embuchada do catequita-mor.
Conversa vai e conversa vem e as senhoras paroquianas defendiam com unhas e dentes o pobre Pastor.
Vítima da donzela, caiu na conquista de moça tão bonita e vulgar. Ia na missa mas não escondia a coxa. Ia confessar e mostrava o inocente decote. Ai meu Deus, coitado do nosso Padre, tão jovem e tão puro.
Chamaram o Bispo e esse não titubeou, vai embora padreco, suspenso está, pelo menos por um tempo de ministrar nesse lugar.
A cidade alvoreceu e o padre partiu, pequena parte porém, as beatas de outrem, gritavam e berravam: Fica querido padre, aqui é o seu lugar!


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O causo acima ocorreu na minha cidade e somente assim consegui perceber como após tudo isso que se passou no Brasil ainda tem gente que defende o indefensável.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Palmeiras Selvagens - William Faulkner



O que dizer de uma paixão sem limites?
Largar a vida e largar tudo em plena recessão americana pós crack de 1.929 e ir atrás de uma pessoa que não tem dinheiro nem para o almoço.

O que dizer de um presidiário que foi encarcerado aos 18 anos e não sabe o que é a liberdade e o trabalho?
Ele se perde na região do Rio Mississippi dos demais presidiários e a única coisa em que quer é reencontrar a sua velha cadeia e voltar pros braços da polícia e da prisão.

Duas histórias distintas onde dois protagonistas abandonam o seu modus de vida, seja forçosamente ou não e buscam reencontrarem o valor em viver. Um aprendizado e diversas visões do mundo.

O preso que não sabe o que é estar solto, o liberto que não sabe o que é ficar preso. Aqui o contraponto entre a liberdade forçada e a prisão voluntária se equilibram e nos fazem refletir sobre o verdadeiro sentido da vida e de nossas escolhas.

Ótimo livro para pensarmos e repensarmos o que estamos fazendo e onde queremos chegar.

Compre e leia, mas atente-se a uma valiosa dica: leia no mais absoluto silêncio em uma sala fechada e sem distração, ou não, afinal você quer estar solto ou ficar preso?


Preço Sugerido: R$ 69,00
Link: https://editora.cosacnaify.com.br/Loja/PaginaLivro/11300/Palmeiras-selvagens.aspx

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A árvore-forca - Trilogia Jogos Vorazes



Você vem, você vem
Para a árvore
Onde eles enforcaram um homem que dizem matou três.
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore forca.

Você vem, você vem
Para a árvore
Onde o homem morto clamou para que seu amor fugisse.
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho saria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore forca.

Você vem, você vem
Para a árvore?
Onde eu mandei você fugir para nós dois ficarmos livres.
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore forca.

Você vem, você vem
para a árvore
Usar um colar de corda, e ficar ao meu lado
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore forca.

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Música feita pelos fãs da trilogia:



sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Um, nenhum e cem mil - Luigi Pirandello

Você já se olhou no espelho? Claro que sim. Mas o que você viu? Você viu alguém que aguardava ser visto. Você não se conhece. Você não sabe quem é o seu verdadeiro EU.

Um, nenhum e cem mil de Luigi Pirandello irá fazer você pensar diferente. Um livro que li por acaso ao receber emprestado de uma pessoa que ganhou de um amigo e nem quis ler. Neste caso tive a sorte de estar no local certo e na hora exata e peguei o livro. O livro é da Editora Cosac Naify e tive que ler pois essa editora não me decepciona!

Mas voltando ao livro, a filosofia do Pirandello é bastante simples e baseia-se nas facetas das pessoas.

Um indivíduo é único, logo eu sou UM.

Eu não consigo enxergar o meu próprio eu e neste caso eu sou NENHUM.

O que eu sou para você, não é o mesmo do que eu sou para outras pessoas, ou seja, cada pessoa me enxerga a sua maneira e cria uma imagem distinta de mim, logo eu sou CEM MIL.



Para deixar mais claro esta filosofia que rege o tom do livro, segue um exemplo bastante simples:

Nossos amigos e esposas nos enxergam como boas pessoas, bonitas e verdadeiras (na maioria dos casos), já nossos colegas de trabalho podem fazer uma imagem diferente de nós, podendo nos considerar trabalhadores ou preguiçosos, interessados ou folgados e por aí vai. 

No exemplo, nós realmente não somos uma só pessoa pois cada um tem a visão própria dele da nossa imagem! O protagonista do livro brinca realmente com isso e vai mais além fazendo um experimento interessante. Se analisarmos, iremos perceber que as pessoas esperam nossas atitudes baseadas no julgamento que elas tem sobre nós. Usando outro exemplo para ilustrar este fato, sabemos que ao chegar no seu trabalho, espera-se que você irá ligar o seu computador e tomar um café por exemplo, mas se você entrar dançando ou gritando com o seu chefe todos irão achar que você está se tornando louco ou esquisito ou algo que o valha. Para o experimento do protagonista, ele quer provar que a ideia de loucura vem exatamente de não fazer o que se espera que você faça. Neste ponto está toda a engenhosidade do livro. Não irei entrar em detalhes da história, mas o autor irá explorar os dois exemplos acima, das facetas de uma única pessoa e das suas ações a partir de um julgamento anterior. Com certeza o futuro leitor irá encontrar um livro interessante, engraçado e que irá fazer sua cabeça pensar de uma forma diferente. Esse livro é recomendadíssimo!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Microconto - A menina curiosa

A menina curiosa

A algazarra continuava, Marta não sabia para onde correr, sua casava cheirava festa, queria apenas um minuto de sossego.

Decidiu procurar uma biblioteca, mas onde iria encontrar uma biblioteca aberta a esta hora? Lembrou daquele velho estranho do 81 que usava roupas velhas e um óculos de sol tão preto quanto aquela noite sem estrelas e luar, triste para os amantes, feliz para os suicidas.

Entrou no elevador e apertou o oito! "É agora, vou descobrir o que um homem tão solitário faz." Apertou a campainha e ouviu silêncio, mais uma vez e mais silêncio, tentou de novo, desta vez percebeu o silêncio percorrer o hall, subir as escadas e absorver o barulho da festa que ela fugira. 

Segundos após, passos quase que mudos aproximavam da menina, escutava-se o tilintar de uma chave, a maçaneta girava lentamente,  e a porta se abria.

O velho apareceu:

- Boa noite, o que faz aqui?
- Oi, gostaria de saber se o senhor tem uma vela para o parabéns? - disse a menina, encantada com o seu raciocionio rápido
- Sim, entre! Me siga até a cozinha.

A casa do velho era nova, via-se um iMac e um iPhone na mesa, uma TV de Plasma tão grande que a menina não saberia dizer o tamanho. Ao lado da TV um porta-retrato quebrado com uma foto de um jovem e uma mulher, provavelmente o velho e sua esposa, morta em 1967 em um assalto no shopping barra. A guria não se conteve e perguntou:

- Quem é a moça da foto?
- É a mãe da minha filha, a avó dos meus netos, a tia dos meus sobrinhos. Foi meu amor e fugiu com outro. Inventei sua morte para poupar-me da verdade. Hoje antes de você tocar eu iria me matar. Aproveito que você está aqui e morramos nós.

Dois tiros! Duas vidas! No mundo, menos um velho triste e menos uma menina curiosa! Ela conseguiu o sossego e ele conseguiu a paz.


*** Escrito pelo autor em 10/02/2012.