quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A árvore-forca - Trilogia Jogos Vorazes



Você vem, você vem
Para a árvore
Onde eles enforcaram um homem que dizem matou três.
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore forca.

Você vem, você vem
Para a árvore
Onde o homem morto clamou para que seu amor fugisse.
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho saria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore forca.

Você vem, você vem
Para a árvore?
Onde eu mandei você fugir para nós dois ficarmos livres.
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore forca.

Você vem, você vem
para a árvore
Usar um colar de corda, e ficar ao meu lado
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore forca.

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Música feita pelos fãs da trilogia:



sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Um, nenhum e cem mil - Luigi Pirandello

Você já se olhou no espelho? Claro que sim. Mas o que você viu? Você viu alguém que aguardava ser visto. Você não se conhece. Você não sabe quem é o seu verdadeiro EU.

Um, nenhum e cem mil de Luigi Pirandello irá fazer você pensar diferente. Um livro que li por acaso ao receber emprestado de uma pessoa que ganhou de um amigo e nem quis ler. Neste caso tive a sorte de estar no local certo e na hora exata e peguei o livro. O livro é da Editora Cosac Naify e tive que ler pois essa editora não me decepciona!

Mas voltando ao livro, a filosofia do Pirandello é bastante simples e baseia-se nas facetas das pessoas.

Um indivíduo é único, logo eu sou UM.

Eu não consigo enxergar o meu próprio eu e neste caso eu sou NENHUM.

O que eu sou para você, não é o mesmo do que eu sou para outras pessoas, ou seja, cada pessoa me enxerga a sua maneira e cria uma imagem distinta de mim, logo eu sou CEM MIL.



Para deixar mais claro esta filosofia que rege o tom do livro, segue um exemplo bastante simples:

Nossos amigos e esposas nos enxergam como boas pessoas, bonitas e verdadeiras (na maioria dos casos), já nossos colegas de trabalho podem fazer uma imagem diferente de nós, podendo nos considerar trabalhadores ou preguiçosos, interessados ou folgados e por aí vai. 

No exemplo, nós realmente não somos uma só pessoa pois cada um tem a visão própria dele da nossa imagem! O protagonista do livro brinca realmente com isso e vai mais além fazendo um experimento interessante. Se analisarmos, iremos perceber que as pessoas esperam nossas atitudes baseadas no julgamento que elas tem sobre nós. Usando outro exemplo para ilustrar este fato, sabemos que ao chegar no seu trabalho, espera-se que você irá ligar o seu computador e tomar um café por exemplo, mas se você entrar dançando ou gritando com o seu chefe todos irão achar que você está se tornando louco ou esquisito ou algo que o valha. Para o experimento do protagonista, ele quer provar que a ideia de loucura vem exatamente de não fazer o que se espera que você faça. Neste ponto está toda a engenhosidade do livro. Não irei entrar em detalhes da história, mas o autor irá explorar os dois exemplos acima, das facetas de uma única pessoa e das suas ações a partir de um julgamento anterior. Com certeza o futuro leitor irá encontrar um livro interessante, engraçado e que irá fazer sua cabeça pensar de uma forma diferente. Esse livro é recomendadíssimo!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Microconto - A menina curiosa

A menina curiosa

A algazarra continuava, Marta não sabia para onde correr, sua casava cheirava festa, queria apenas um minuto de sossego.

Decidiu procurar uma biblioteca, mas onde iria encontrar uma biblioteca aberta a esta hora? Lembrou daquele velho estranho do 81 que usava roupas velhas e um óculos de sol tão preto quanto aquela noite sem estrelas e luar, triste para os amantes, feliz para os suicidas.

Entrou no elevador e apertou o oito! "É agora, vou descobrir o que um homem tão solitário faz." Apertou a campainha e ouviu silêncio, mais uma vez e mais silêncio, tentou de novo, desta vez percebeu o silêncio percorrer o hall, subir as escadas e absorver o barulho da festa que ela fugira. 

Segundos após, passos quase que mudos aproximavam da menina, escutava-se o tilintar de uma chave, a maçaneta girava lentamente,  e a porta se abria.

O velho apareceu:

- Boa noite, o que faz aqui?
- Oi, gostaria de saber se o senhor tem uma vela para o parabéns? - disse a menina, encantada com o seu raciocionio rápido
- Sim, entre! Me siga até a cozinha.

A casa do velho era nova, via-se um iMac e um iPhone na mesa, uma TV de Plasma tão grande que a menina não saberia dizer o tamanho. Ao lado da TV um porta-retrato quebrado com uma foto de um jovem e uma mulher, provavelmente o velho e sua esposa, morta em 1967 em um assalto no shopping barra. A guria não se conteve e perguntou:

- Quem é a moça da foto?
- É a mãe da minha filha, a avó dos meus netos, a tia dos meus sobrinhos. Foi meu amor e fugiu com outro. Inventei sua morte para poupar-me da verdade. Hoje antes de você tocar eu iria me matar. Aproveito que você está aqui e morramos nós.

Dois tiros! Duas vidas! No mundo, menos um velho triste e menos uma menina curiosa! Ela conseguiu o sossego e ele conseguiu a paz.


*** Escrito pelo autor em 10/02/2012.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Hino do Galo - Se Houver uma camisa branca e preta pendurada no varal... - Roberto Drummond

Deixo aqui o poema "Atlético" de Roberto Drummond.

Atlético
Por Roberto Drummond

"Se Houver uma camisa branca e preta pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento.
Ah, o que é ser atleticano?
É uma doença?
Doidivana paixão?
Uma religião pagã?
Benção dos céus?
É a sorte grande?
O primeiro e único mandamento do atleticano é ser fiel e
Amar o Galo sobre todas as coisas.
Daí que a bandeira atleticana cheira a tudo neste mundo.
Cheira ao suor da mulher amada.
Cheira a lágrimas.
Cheira a grito de gol.
Cheira a dor.
Cheira a festa e a alegria.
Cheira até mesmo a perfume francês.
Só não cheira a naftalina, pois nunca conhece o fundo do baú, trêmula ao vento.
A gente muda de tudo na vida.
Muda de cidade.
Muda de roupa.
Muda de partido político.
Muda de religião.
Muda de costume.
Até de amor a gente muda.
A gente só não muda de time, quando ele é uma tatuagem com as iniciais C.A.M., do Clube Atlético Mineiro, Gravado no coração.
É um amor cego e tem a cegueira da paixão.
Já vi o atleticano agir diante do clube amado com o desespero e a fúria dos apaixonados.
Já vi atleticano rasgar a carteira de sócio do clube e jurar:
—Nunca mais torço pelo Galo!
Já vi atleticano falar assim, mas, logo em seguida, eu o vi catar os pedaços da carteira rasgada e colar, como os Amantes fazem com o retrato da amada.
Que mistério tem o Atlético que às vezes parece que ele é gente?
Que a gente o associa às pessoas da família (pai, mãe, irmão, filho, tio, prima)?
Que a gente confunde com a alegria que vem da mulher amada?
Que mistério tem o Atlético que a gene confunde com uma religião?
Que a gente sente vontade de rezar "Ave Atlético, cheio de Graça?"
Que a gente o invoca como só invoca um santo de fé?
Que mistério tem o Atlético que, à simples presença de sua camisa branca e preta, um milagre se opera?
Que tudo se alegra à passagem de sua bandeira?
Que tudo se transfigura num mar branco e preto?"

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas


O Conde de Monte Cristo foi escrito por Alexandre Dumas e concluído em 1844 e é considerado um dos clássicos da literatura francesa. Trata-se sobretudo de uma estória de amor, sofrimento e vingança.

Edmond Dantés, o protagonista desta estória é um navegador jovem e com uma carreira promissora na marinha mercante francesa. Apaixonado por uma bela jovem e prestes a se casar, Dantés não poderia se sentir mais realizado. Mas após uma reviravolta em sua vida, ele se vê trancafiado em uma prisão de segurança máxima em uma ilha francesa.

Os acontecimentos até sua prisão e a história de conhecimento adquirido dentro da cela forjam o caráter de um homem que só tem em mente a vontade de vingar. A partir daí vemos um protagonista vivo, mas completamente morto por dentro, destituído das vontades básicas do ser humano.

O livro possui quase 1.400 páginas e tenta nos mostrar o que as pessoas são capazes de fazer por dinheiro, amor e orgulho. Ao leitor, caberá o suspense em descobrir se o protagonista conseguirá vingar seus inimigos, reencontrar o seu amor, e principalmente se sentir realizado após as suas ações. Além disso, o leitor irá conhecer em detalhes grandes cidades européias do século XIX e as rotas maritimas desta época entre os países e as cidades descritas.

Como crítica a esta obra, podemos traçar um paralelo com as novelas globais, onde apesar de as pessoas morarem em locais grandes e diferentes, a quantidade de coincidências e encontro entre elas é absurdamente grande e as vezes irritante.

Contudo, a leitura é altamente recomendada a todos os fãs de clássico pois apesar de ser uma obra enorme a leitura flui bem. O livro foi filmado algumas vezes e a versão mais recente foi lançada em 2005. Este filme vale muito ser visto, mas por se tratar de um livro extenso, o filme não consegue nos passar toda a riqueza da obra.

Por quê ler?
- Perceber o que os homens são capazes.
- Aprender a valorizar apenas os sentimentos bons.
- Conhecer em detalhes a Europa do século XIX.

Imperdível para:
- Fãs dos clássicos.
- Apaixonados pela Europa.
- Aficionados por marinha/navegação.

Onde comprar:
http://compare.buscape.com.br/conde-de-monte-cristo-caixa-com-2-volumes-em-portugues-do-brasil-alexandre-dumas-8537801135.html

Ficha Técnica desta edição:

Preço Médio: R$ 129,00
ISBN: 8537801135
ISBN-13: 9788537801130
Idioma: português
Encadernação: Brochura
Dimensão: 16x23cm
Edição:
Ano de Lançamento: 2008
Número de páginas: 1376

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Biografia de grandes tenistas


O tênis é o esporte que mais acompanho nos últimos anos. Talvez pela decadência do futebol brasileiro ou do clube que eu torço, aos poucos fui abandonando o futebol e assistindo mais tênis e hoje sou um grande fã deste esporte.

Em relação a leitura, recentemente li três biografias de grandes tenistas que chegaram ao topo do mundo: Roger Federer, considerado por muitos o melhor tenista de todos os tempos, Rafael Nadal, o maior vencedor de Roland Garros da história do esporte e André Agassi, um tenista que trouxe polêmicas ao circuito “clássico” do tênis.

Abaixo, traço um paralelo sobre estas biografias

A PIOR:

A Biografia de Roger Federer – Autor: Rene Stauffer

Este livro narra a vida de Roger Federer, desde a infânica, os percalços e a chegada ao topo. Federer é o maior vencedor de Slams (torneios de maior importância) do tênis e o leitor iria esperar uma biografia sensacional. A decepção é que o livro é muito raso e não passa de um amontoado de informações. O livro pode ser substituído por uma consulta na Wikipedia. Apenas recomendo a leitura para você que realmente é fã do maior de todos os tempos e gosta de colecionar fatos, fotos e informações do ídolo.

A MELHOR:

Agassi – Autobiografia – Autor: André Agassi

Uma biografia que causou polêmica no seu lançamento, assim como o tenista levou polêmica ao circuito de tênis. Agassi trouxe um estilo de jogo e principalmente de vida diferente do padrão dos tenistas de sua geração. Ele narra detalhes de sua vida, desde o sonho do pai de ter um filho número 1 do mundo até a sua aposentadoria. Casamentos, envolvimento com drogas, discordância com os outros tenistas, títulos importantes e derrotas dolorosas. Qualquer fã de esporte deve ler este livro e para os fãs de tênis e atletas de fim de semana, a leitura é obrigatória.

A INTERMEDIÁRIA:

Rafa, Minha História – Autor: John Carlin e Rafael Nadal

Esta obra se aproxima mais à biografia do Agassi do que ao amontoado de informações do Federer. Nadal e o jornalista John Carlin também detalham a vida do tenista, focada sobretudo no esforço e em muito trabalho para alcançar os objetivos. Rafael Nadal serve de exemplo para qualquer pessoa e mostra que comprometimento e trabalho pode nos levar a resultados surpreendentes. Nadal é conhecido por vencer não por jogar melhor, mais por se esforçar mais e ter um controle mental melhor do que o do adversário. O livro só não é tão bom quanto ao de Agassi por dois simples fatos: o tenista ainda está em atividade e é muito jovem. O lançamento de sua biografia foi um pouco precoce e provavelmente esconde fatos que poderiam ser revelados ao término de sua carreira. O livro é recomendado para todas as pessoas e é uma leitura extremamente válida e motivacional.